terça-feira, 25 de março de 2014


A Vida de Pi

um poema visual



Este belíssimo filme, um verdadeiro poema visual, em especial se visto em três dimensões, é um hino à vida: a luta pela sobrevivência em que a convivência entre a fera (tigre de Bengala) e o homem (Pi) constitui a recíproca motivação — cada um precisa do outro para se manter vivo.

É toda uma narrativa em que se vão explorando temas muito interessantes e importantes: a ciência, a razão, a religião, a fé, o amor, a natureza.

A construção da personalidade de Pi, desde a sua infância, com a interacção família (pais e irmão), escola (a necessidade de afirmação mesmo em ambientes não favoráveis), religiosidade, descoberta de si e do outro, tudo isto vai sendo aflorado neste filme que se vê com encanto, com prazer.

Não foi por acaso que este filme recebeu 4 óscares: Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Banda Sonora Original e Melhor Realizador.

Adaptação do romance homónimo de Yann Martel (prémio “Man Booker Prize de 2002”), este é um filme que certamente despertará em quem o viu a vontade de ler o livro que lhe deu origem, e quem leu o livro não deixou de ir ver este belíssimo filme.

domingo, 16 de março de 2014

O jejum

A marca fundamental da Quaresma — tempo litúrgico que estamos a viver — é a conversão: voltar-se para. Voltar-se para Deus é, necessariamente, voltar-se também para os outros e, ainda, voltar-se para dentro de si mesmo. A Quaresma é o tempo, por excelência do encontro: consigo mesmo, com os outros, com Deus.
Para isso, a Igreja propõe-nos alguns instrumentos importantes, como a oração, a penitência, o jejum.
É claro que todo o jejum (aquilo de que me abstenho) deve visar uma partilha com os outros. E convém que, sobre o jejum, não fiquemos apenas no sentido mais clássico de jejuar: abster-se de alimento, ou, pelo menos, de algum tipo de alimento. Mas nesta presente época de crise, que já nos obriga a viver muito mais modestamente, é possível pensar em novas formas de jejum.
Há quem, mesmo sem ser por convicções cristãs, por exemplo, semanalmente, desligue um dia o seu telemóvel: fica mais independente e livre para atender aos que lhes estão mais próximos, sobretudo a família. Chama-se a isto o “desliga-te”. Não se trata de gastar menos em chamadas. Trata-se, isso sim, de poder prestar mais atenção à família, escutando-se mais, estando menos dependente dos estímulos externos. Há, ainda, o “desliga-te” da televisão. Um dia por semana não há televisão. Há mais tempo para jogos em casa, para conversar com os filhos, com a esposa, com o marido, com os pais. Este é um jejum que nos pode tornar melhores: mais atentos aos outros, mais interactivos, mais humildes, mais pessoas. E aquilo de que nos abstemos reverte em favor dos outros. É uma partilha não monetária, mas cheia de valores, cheia de comunhão.
No seguimento da mensagem para a Quaresma do papa Francisco, devemos levar à prática o amor misericordioso de Deus por cada um de nós, dando mais tempo e espaço aos outros no nosso coração, na nossa vida: “A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói.” (mensagem do papa Francisco). Nem que essa privação (jejum) seja de algo como a televisão, ou o telemóvel, uma vez por semana.

“Que Ele [o Espírito Santo] sustente estes nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia.”, diz o papa Francisco.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Missão Abreviada

Dediquei longas horas de trabalho (pesquisa, triagem, redacção) à pessoa do Padre Manoel José Gonçalves Couto e à sua obra mais conhecida, a "Missão Abreviada".
Fruto desse labor, em 2002, com a ajuda do Grupo Cultural Aquae Flaviae, de Chaves, publiquei 
«A "MISSÃO ABREVIADA" DO PADRE MANUEL COUTO : UM ABEIRAMENTO CONTEXTUADO», catalogado já na base de dados da Biblioteca Nacional.
Para quem tenha alguma curiosidade neste tema, deixo aqui, a ligação para o texto, em ficheiro PDF, que contém o miolo do meu trabalho. Não apresenta, todavia, as fotos que estão inseridas no meu livro.